O Período Homérico e parte do Período Arcaico. dando tempo, postarei o restante - vamos que vamos, moçada!
HISTÓRIA ANTIGA - Resumo para a P2
GRÉCIA
ANTIGA:
O conjunto de traços que se articularam para compor o que
chamamos de Grécia Clássica
desenvolvera-se a partir do século X
a.C, aproximadamente (Época Homérica, 1100 – 700) . A formação da ‘pólis’ grega
data do Período Arcaico (700 – 500, aproximadamente). O Período Clássico
corresponderia ao século V e parte do IV (499 – 350) e o declínio, a partir do
restante do século IV (340 – 146), sob a Era Helenística.
Podemos admitir que a Ilíada e a Odisséia
remetem-nos a três períodos históricos específicos: A Idade do Bronze, dos
palácios micênicos; o mundo estabelecido após a chegada dos dórios na Grécia; a
época de Homero (séc. VIII a.C).
ÉPOCA HOMÉRICA:
O mundo que se seguiu à destruição de Micenas é também
conhecido pelo nome de “Idade das
Trevas”; uma civilização florescente ser substituída por um período de
declínio acentuado do nível de vida, seguido por uma reestruturação
sócio-econômica, onde os alicerces da futura Grécia Clássica foram inicialmente
assentados. Os dois poemas supracitados
de Homero fornece-nos uma informações importantes sobre a economia e a
sociedade.
Oikos,
seria traduzido como casa, família.
Em Homero, seu significado se amplia: seria uma unidade econômica, humana, de consumo e produção. Um chefe
guerreiro e sua família, escravos e servidores, bens imóveis, terra, casas,
ferramentas, armas, gado,etc. O trabalho
produtivo dum oikos era realizado por escravos, obtidos geralmente em
atividades de pilhagem e saque. Outro modo de obter os escravos era através
de compra. Mesmo com os escravos
realizando tarefas produtivas, nada impedia que o chefe de um oikos
participasse dessas atividades; Aristóteles diria mais tarde que “[...] o que
faz a condição de um homem livre é que ele não vive sob o constrangimento de
outrem[...]”.
Todas as atividades domésticas , desde banquetes até a
tecelagem, eram supervisionadas pelas senhoras da casa. O tratamento aos escravos era diferenciado para alguns, dependendo
de sua fidelidade ou boa vontade no cumprimento das tarefas. A condição do
escravo num oikos era muito melhor que a de muitos livres pobres, relatados na Odisséia. O caso do escravo Eumeu é significativo nesse
ponto. Abaixo dos escravos em condição social, está o teta: homem sem posses ou
especialização alguma, solto no mundo, não contava com a proteção de ninguém.
Outra categoria entre os homens livres é o demiurgo, traduzido aqui como sendo
indivíduos com alguma especialização ou habilidade manual, artesãos itinerantes
que, por ocasião de alguma necessidade que fuja às capacidades do oikos, o
chefe do mesmo manda-os vir. Sua destreza numa atividade confere-lhes uma
posição mais privilegiada entre os homens livres.
Apesar da importância destes ‘technoi’, o grego daquela época nutria
um sentimento de desprezo por aquele
trabalhador e pelo trabalho: a figura do grande
proprietário de todo oikos, que detinha o poder político, fazia parte de uma
aristocracia fechada cujos membros se identificavam graças a uma mesma posição
social e econômica, reforçando sua união por laços de parentesco, fidelidade e
amizade – esta era a figura de proa da sociedade Greco-homérica, e o sentimento
de desprezo pelos demiurgos encontra eco no panteão olímpico que veneravam: Hefaísto ou Hefestos, o Artesão Divino,
que forjava as mais belas armas e baixelas para os deuses era, ao mesmo tempo,
um ser horrendo , deformado; por ser artesão, jamais poderia igualar-se em
beleza e perfeição aos outros deuses.
Segundo
Homero, esta aristocracia reunia-se em Assembléias e deliberava sobre os
destinos da comunidade; dentre eles, um era nomeado rei. Sua nomeação derivava
de sua habilidade guerreira e sabedoria além da riqueza material. Nas Assembléias
deliberativas, o “povo” participava também, mas apenas para encorpar a reunião,
sem poder de decisão ou sequer deliberação sobre quaisquer questões. Mesmo
antes do nascimento da ‘pólis’, nota-se uma
relativa tensão entre o poder individual do rei e o poder da aristocracia.
Parece existir de igual forma um conflito
entre o oikos econômico e o resto da comunidade.
A autarquia econômica dos oikos pressupõe
um ideal caro à civilização grega: cada oikos procurava bastar-se a si próprio
em tudo o que fosse necessário, embora dois
produtos indispensáveis vinham de fora: metais e escravos. E como o comércio
era uma atividade mal vista, relegada a segundo plano na sociedade grega, próprio
para bárbaros, somente em casos extremos é que os gregos trocavam objetos
necessários, mas estritamente equivalentes, de modo que nenhuma das partes
sairia lesada na transação. O que faltava (metais e escravos, além de tecidos
finos) em sua sociedade era obtido através de pilhagens, saques e dos sistemas
de dom e contra-dom.
PERÍODO
ARCAICO:
Bem mais documentada e com apontamentos mais fiéis sobre
problemas pessoais, sentimentos ante situações concretas, esse período contém
uma boa gama de informações de tal sorte que, mesmo nenhum documento escrito em
prosa, lei, texto cotidiano ou decreto, podemos obter mais apontamentos da
poesia do período arcaico do que dos poemas homéricos: Hesíodo (séc.VIII a.C),
Alfeu, Safo, Arquíloco, Teognis, Sólon (Sécs. VIII – VII a.C).
A mais
importante criação do Período Arcaico foi, sem dúvida, a pólis,
uma comunidade autônoma politicamente, auto-suficiente no plano econômico. Para
que a polis existisse, do ponto de vista material, deveria ter um lugar central
para reuniões dos cidadãos, edifícios religiosos
e públicos – a ágora. Uma acrópole (cidade alta) era necessária,
como medida defensiva. Afora esses dois itens,
cada cidade-estado (polis) desenvolvia-se de um modo diferente, tinha
dimensões diversas, etc.
As causas do
desenvolvimento de pequenas comunidades isoladas e politicamente autônomas tem
sido explicada, muitas vezes, pela geografia: a Grécia é toda dividida por
montanhas e pequenos vales, de difícil comunicação entre as comunidades. Para o
historiador Finley, “A
tenacidade das pequenas comunidades independentes só pode ser explicada como um
hábito resultante de uma profunda e enraizada convicção a respeito de como
resolver o ‘viver junto’
(Ancient Greeks, pg 33). E é no Período
Arcaico que os traços da cidade-estado vão se consolidando e se define o
estatuto do cidadão, a prática da comunidade igualitária e, portanto, da
democracia.
A medida que o
cidadão vai se liberando do exercício direto das atividades econômicas
(essencialmente o trabalho no campo) para se dedicar às tarefas políticas, vai
sendo substituído pelo escravo como força de trabalho. Como ressalta Austin: “Passa-se
do domínio do pré-direito ao do direito”. Essa transição foi repleta de crises
(stáseis);
o poder da aristocracia residia na posse de terras, das melhores, inclusive. Hesíodo
reflete uma tensão entre a aristocracia governante e a noção de comunidade que
brota aos poucos. Os grandes proprietários
tendiam a aumentar ainda mais a quantidade de terras, expandir suas posses; num
país pobre de terras como a Grécia, o pequeno proprietário não conseguia suprir
seus sustento e o de sua família e, por isso, recorria a empréstimos (não em dinheiro,mas
geralmente em espécie)ao mais rico. Chamado
de hectomoro, o devedor tinha que entregar um sexto de sua colheita e, no caso de insolvência, o indivíduo
entregava-se ao credor de modo a ser escravizado ou ser vendido como tal. Ao
morrer, suas terras eram repartidas igualmente entre os filhos, tornando os
lotes, além de exíguos e pobres, insuficientes para o sustento de uma família. Resumindo:
não havia terras para todos, o solo não
produzia suficiente alimento para todos e as boas terras estavam nas mãos de
poucos, que usufruíam do poder político.
Uma das saídas
para essa crise foi a colonização
(sécs. VIII – VII a.C): com recursos fornecidos pelo Estado, grupos de colonos
deixavam suas cidades e partiam em direção a oeste: Itália do Sul e Sicília. Ali,
fundavam novas póleis e tentavam reconstruir o seu mundo como na Grécia, à
procura de terras novas, onde pudessem plantar o que lhes faltavam.
A apoikia
era o tipo mais freqüente de colônia: colônias
autárquicas, eram cidades independentes que mantinham ainda laços religiosos e
de aliança com suas metrópoles; estabeleciam-se numa localidade para morar e
conseguir o seu sustento. O emporion
era um tipo de coônia comercial, que estabelecia contato com regiões que
pudessem fornecer mercadorias indispensáveis para os gregos como, por exemplo,
metal. Esta era nitidamente um entreposto comercial.
Outra saída
para a crise foi a importação maciça de trigo: para facilitar essa importação,
muitas colônias foram fundadas no Mar
Negro, através das quais tiveram acesso aos ricos campos da Criméia.
Mt bom o resumo.
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