Deu tempo. Agora, excepcionalmente, no blog - vamos que vamos, povo!
I
– As bases sociológicas da educação:
Sociologia da Educação:
ramo da Sociologia preocupado com as
interações sociais às ações/reações de determinado
grupo, sempre associados aos processos educativos.
Conceito de Sociologia:
Segundo Auguste Comte: A
ciência da sociedade.
Segundo Durkheim
(abordagem restritiva): é o estudo das instituições sociais, de sua gênese e
funcionamento.
Segundo Park
(abrangente): a ciência do comportamento coletivo.
A
Sociologia não se esgota no fato social, é preciso ir às próprias raízes da
relação social, não apenas entre os homens mas até entre os animais que
apresentam alguma manifestação de vida coletiva; conhecendo a origem qualquer
de uma interação, entenderemos seus desdobramentos sucessivos.
O
caráter dinâmico das relações sociais não pode escapar à sensibilidade dos
estudiosos dos problemas sociais; nosso desempenho como educadores pode
contribuir para retardá-las ou acelerá-las. E os professores (principalmente os
primários) tem sido apontados como um dos grupos profissionais de mais
acentuadas tendências conservadoras. As
nossas escolas preocupam-se mais em ensinar aos jovens as disciplinas
concernentes à técnica didática do que às voltadas para a fundamentação teórica
da educação. Professores extremamente gabaritados na aplicação de métodos
de aprendizagem mas incapazes de formular uma apreciação crítica razoável sobre
o sistema educacional, no contexto global da sociedade.
Os
futuros professores acabam aprendendo como
ensinar, mas não aprendem por quê e
para que ensinar.
II
- Conceito de Educação:
Segundo Durkheim:
“A ação exercida pelas gerações adultas sobre aquelas ainda não amadurecidas para
a vida social”, ou seja: “Educação é a
socialização da criança”.
Significado/importância da Educação:
em última análise, é o que garante as condições de coesão, renovação e sobrevivência
da sociedade.
Nas
culturas complexas, é a educação que compete a tarefa superior de criar meios
capazes de evitar que essa mesma complexidade destrua e elimine essa sociedade.
As instituições educacionais que estabelecem e regulamentam mecanismos de
transferência cultural, de formas de conhecimento socialmente úteis e domínio
das técnicas de ação social para dominar essa complexidade contemporâneo-social.
Com
isso, cada vez menos existem espaços para o autodidatismo, a improvisação, o “aprender
a fazer, fazendo”. A passagem pelos bancos escolares assume um caráter cada vez
mais compulsivo para todos que buscam seu “lugar ao sol”.
Conceito de Sociologia Educacional:
A Sociologia
estuda a vida dos homens em sociedade; a
Educação é o processo social pelo qual a Sociedade transmite sua herança,
garantindo a continuidade da espécie humana. A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos
sociais do ensino e da aprendizagem, cabendo-lhe desvendar os véus que cobrem a realidade para ver até que ponto
as necessidades sociais básicas estão (ou não) sendo atendidas com eficácia,
apontando soluções viáveis para a superação de obstáculos que travam o
funcionamento das instituições sociais.
III – Cultura e
Personalidade:
Segundo Ottaway: “Personalidade é o tipo
de pessoa que a gente é”, permitindo distinguir-nos uns dos outros ao mesmo
tempo em que nos identificamos conosco mesmo. Através das formas de expressão
de nossa personalidade é que somos reconhecidos pelos que nos cercam; por ela,
expressamos nosso temperamento, tendências, atitudes em face do grupo, um somatório
de aspectos somáticos, psíquicos e constitucionais que nos caracterizam.
No sentido antropológico,
a personalidade entende-se como uma configuração que resulta da combinação
ativa e renovada do meio físico e social em que vivemos, mais os fatores
individuais, hereditários ou congênitos
que somos formadores.
IV - Educação dentro e fora da escola:
A educação ocorre em todos os ambientes em que a criança se encontra, desde que haja
adultos ou pessoas mais velhas, cujos padrões comportamentais a criança é
levada a assimilar.
A educação é múltipla
e una. A educação consiste na socialização
metódica das novas gerações. O
processo de socialização tende a ser coercitivo, impositivo e doutrinário
(horário de refeições, educação sanitária, etc.) . A educação como socialização é constituído de dois seres: um
ser individual (estados mentais que se relacionam conosco mesmo), e um
ser social (sistema de idéias, hábitos e sentimentos que exprimem em nós
o grupo ou os grupos que fazemos parte).
Não nascemos seres sociais e nem ele se desenvolve em nós,
espontaneamente; É a educação, como socialização, que o leva a tais condutas
sociais.
Na verdade, é o próprio indivíduo que se educa; porém, não
nos esqueçamos que o grupo social dominante que cria o clima, proporciona os
meios e determina os objetivos e a orientação deste processo.
Tanto fora quanto dentro da escola a educação pode ser intencional e não intencional.
Intencional:
quando as condições educativas (objetos,
recursos, atividades) são previamente estabelecidas e arranjadas pelo grupo
social; não intencional: quando o
indivíduo (participante do grupo ou mero espectador) vai assimilando e
incorporando maneiras de agir, pensar e sentir do grupo.
V
- Pequeno resumo histórico da educação:
A
escola nem sempre existiu. Em sua evolução, podemos identificar várias fases: a época em que não havia escola, que
todo adulto era professor; a escola da
nobreza, na época medieval, em que predominavam os estudos literários; a escola da burguesia, na época moderna,
quando começou a dar importância aos estudos científicos; a época posterior à Revolução Industrial, em que havia uma escola
para os ricos, chegando aos estudos superiores, e uma para os trabalhadores,
limitada ao primário; e a época do ensino
público, gratuito e obrigatório até determinada idade (no Brasil é de 14
anos).
Pensamento de Jaime Pinsky, O Estado de São
Paulo: “ Para ensinar cidadania, o professor tem de ser tratado como cidadão, e
isso só ocorrerá quando uma irresistível e forte vontade política empolgar a
nação” (01 jul 1993).
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