Por absoluta falta de tempo, pus aqui, umas questões que podem ser cruciais na prova da Danny. Abração, moçada!
A DECISÃO DE DOM JOÃO DE TRANSFERIR A SEDE DO
GOVERNO PORTUGUÊS PARA O BRASIL FORA A MAIS ACERTADA?
Revelou-se acertada, pois salvou a Dinastia de
Bragança e sua legitimidade no trono português das mãos napoleônicas e mesmo de
possíveis interesses palacianos no caso de uma deposição pelos franceses;
garantiu o apoio irrestrito da Grã-Bretanha à monarquia portuguesa (a duro
soldo, verdade) e manteve-se de posse da mais rendosa colônia lusa de além-mar
daquele período.
SEGUNDO EVALDO CABRAL DE MELO, POR QUÊ O RIO SE
BENEFICIARA COM O ADVENTO DA FAMÍLIA REAL LUSA AO BRASIL E NÃO AS DEMAIS
PROVÍNCIAS? (REVOLTA DE 1817)
Para a aristocracia pernambucana do início do século
XIX, em particular, o estabelecimento da Corte no Rio de Janeiro trouxe um
excesso de cobranças e imposições, que culminaram com os tributos exigidos para
o custeamento da campanha militar da Cisplatina (atual Uruguai), num instante
em que a seca de 1816 agravava ainda mais
os crônicos problemas de abastecimento das cidades nordestinas ,
provocando o descontentamento da população miúda. Desta maneira, a revolta de
1817 pode ser compreendida como uma daquelas explosões de violência urbana que
marcaram o Antigo Regime, uma sublevação com o fito de chamar a atenção das
esferas de poder que atuavam no Rio de Janeiro para os problemas não só de
Pernambuco mas de todo o Nordeste, denunciando uma possível política da Corte
no Rio de Janeiro de transformar-se em uma nova metrópole em relação às demais
províncias, mostrando as tensões que já dividiam o Brasil.
COMO SE DEU O ROMPIMENTO ENTRE BRASIL E PORTUGAL – E
SE HOUVE O ROMPIMENTO?
Um rompimento gradual, houve, sim. O Sete de
Setembro não determinou a passagem automática para a condição de país
independente, mas com o definitivo desligamento com Portugal (oficialmente em
1826, no reconhecimento luso da independência por dois milhões de libras de
nossos cofres, e em 1831, quando Pedro I abdicou do trono brasileiro), a elite
agrário-mercantil do sudeste pôde arrumar a nova nação do seu modo, mantendo a
economia escravista e influindo nas decisões legislativas da monarquia. Mas
houve sangue derramado. Principalmente, por quem ficara de fora dos
acontecimentos que transformaram o país a partir da chegada da Corte Bragantina
ao Brasil, em 1808.
Em Pernambuco, a grita por conta dos privilégios ao
Rio de Janeiro (sede do governo português) e diversas arbitrariedades em nome “da
Corte e das campanhas militares portuguesas, como na Província Cisplatina e na
Guiana Francesa” levara Pernambuco à insurreição em 1817. Após o “Grito” de
1822, uma série de batalhas foram travadas em solo brasileiro para desalojar os
últimos focos de obediência à Lisboa que ainda residiam aqui: na Cisplatina,
Bahia, Piauí, Maranhão e Grão-Pará ainda existiam regimentos portugueses resistindo
à mudança. Debelada a resistência portuguesa, em 1824 eclodiu uma revolta –
novamente em Pernambuco – por conta da centralização política imposta na
Constituição de 1824 e de governantes mais compromissados com os assuntos do
centro-sul do que de Pernambuco. Mas, sob todo esse motivo, ainda existia o
descontentamento da influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo
após à independência.
Houve o rompimento, sim. Mas foi um rompimento
doloroso, e não concessivo e festivo como costumavam explicar em outrora.
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