sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Detalhes miúdos do que pode ser a prova (Brasil Império)




Por absoluta falta de tempo, pus aqui, umas questões que podem ser cruciais na prova da Danny. Abração, moçada!


A DECISÃO DE DOM JOÃO DE TRANSFERIR A SEDE DO GOVERNO PORTUGUÊS PARA O BRASIL FORA A MAIS ACERTADA?
Revelou-se acertada, pois salvou a Dinastia de Bragança e sua legitimidade no trono português das mãos napoleônicas e mesmo de possíveis interesses palacianos no caso de uma deposição pelos franceses; garantiu o apoio irrestrito da Grã-Bretanha à monarquia portuguesa (a duro soldo, verdade) e manteve-se de posse da mais rendosa colônia lusa de além-mar daquele período.
               
SEGUNDO EVALDO CABRAL DE MELO, POR QUÊ O RIO SE BENEFICIARA COM O ADVENTO DA FAMÍLIA REAL LUSA AO BRASIL E NÃO AS DEMAIS PROVÍNCIAS? (REVOLTA DE 1817)
Para a aristocracia pernambucana do início do século XIX, em particular, o estabelecimento da Corte no Rio de Janeiro trouxe um excesso de cobranças e imposições, que culminaram com os tributos exigidos para o custeamento da campanha militar da Cisplatina (atual Uruguai), num instante em que a seca de 1816 agravava ainda mais  os crônicos problemas de abastecimento das cidades nordestinas , provocando o descontentamento da população miúda. Desta maneira, a revolta de 1817 pode ser compreendida como uma daquelas explosões de violência urbana que marcaram o Antigo Regime, uma sublevação com o fito de chamar a atenção das esferas de poder que atuavam no Rio de Janeiro para os problemas não só de Pernambuco mas de todo o Nordeste, denunciando uma possível política da Corte no Rio de Janeiro de transformar-se em uma nova metrópole em relação às demais províncias, mostrando as tensões que já dividiam o Brasil.


COMO SE DEU O ROMPIMENTO ENTRE BRASIL E PORTUGAL – E SE HOUVE O ROMPIMENTO?
    Um rompimento gradual, houve, sim. O Sete de Setembro não determinou a passagem automática para a condição de país independente, mas com o definitivo desligamento com Portugal (oficialmente em 1826, no reconhecimento luso da independência por dois milhões de libras de nossos cofres, e em 1831, quando Pedro I abdicou do trono brasileiro), a elite agrário-mercantil do sudeste pôde arrumar a nova nação do seu modo, mantendo a economia escravista e influindo nas decisões legislativas da monarquia. Mas houve sangue derramado. Principalmente, por quem ficara de fora dos acontecimentos que transformaram o país a partir da chegada da Corte Bragantina ao Brasil, em 1808.

    Em Pernambuco, a grita por conta dos privilégios ao Rio de Janeiro (sede do governo português) e diversas arbitrariedades em nome “da Corte e das campanhas militares portuguesas, como na Província Cisplatina e na Guiana Francesa” levara Pernambuco à insurreição em 1817. Após o “Grito” de 1822, uma série de batalhas foram travadas em solo brasileiro para desalojar os últimos focos de obediência à Lisboa que ainda residiam aqui: na Cisplatina, Bahia, Piauí, Maranhão e Grão-Pará ainda existiam regimentos portugueses resistindo à mudança. Debelada a resistência portuguesa, em 1824 eclodiu uma revolta – novamente em Pernambuco – por conta da centralização política imposta na Constituição de 1824 e de governantes mais compromissados com os assuntos do centro-sul do que de Pernambuco. Mas, sob todo esse motivo, ainda existia o descontentamento da influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após à independência.

    Houve o rompimento, sim. Mas foi um rompimento doloroso, e não concessivo e festivo como costumavam explicar em outrora.

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