O basicão necessário para a prova do Edson Nascimento. Arriba, pueblo!
OS ASTECAS
I - Origens - Os
Astecas, ou mexicanos (derivado de mexica ou azteca) dominavam a maior parte do
México atual quando os conquistadores espanhóis ali chegaram em 1519. Segundo
sua história tradicional, eles Vivian em Aztlán, país situado a noroeste do
México ou ao sul dos atuais Estados Unidos; sua língua , o nahuatl, faz parte de uma família lingüística cujos dialetos se
distribuem de norte a sul, do Utah até à Nicarágua. Chegaram ao México Central
no século XIII e por longo tempo foram considerados semibárbaros, pobres,
intrusos e sem terras. Antes de seu apogeu, toda a região hoje chamada de México
vivera etapas de predomínio político-cultural de vários povos: a partir do IV
Milênio a.C, o milho começou a ser
cultivado na região de Tehuacán; às margens dos lagos (Zacatengo, Ticomán
e outros), os camponeses nativos levaram quase três milênios uma vida
semelhante às das vilas neolíticas do Velho Mundo, atestando a existência de
estruturas sociais bastante diferenciadas e, pouco antes da Era Cristã, os
nativos de Cuicuilco era suficientemente numerosos e organizados para construírem
a primeira pirâmide do planalto central.
Na região atlântica do Istmo de
Tehuantepec, os Olmecas constituíram
a primeira das grandes civilizações mexicanas. Desde o II Milênio a.C, construíra
imponentes centros cerimoniais, pirâmides e altares, estelas esculpidas,
baixo-relevos, jadeístas cinzelados e, sobretudo, uma escrita hieroglífica,
mais a contagem do tempo. Com os olmecas, surgem esses traços essenciais a
todas as altas civilizações do México, sendo considerados o elo de transição
entre o período pré-clássico (o de aldeia) e o clássico (civilização urbana). Desapareceram
por volta de 400 a.C.
O I Milênio desta era foi o período das
civilizações “clássicas”. Quatro núcleos culturais principais brilham incomparávelmente:
os Maias, ao sul; Monte Albán e Mitla no território dos zapotecas de Oaxaca; El
Tajín, no atual estado de Veracruz (Golfo do México) e Teotihuacán, no planalto central – esta última, prodigiosa e
elegante civilização, de templos suntuosos, máscaras em pedra dura (obsidiana)
e deuses singulares, como Quetzalcoatl,
símbolo da fertilidade agrária e dotado de extrema benevolência, não permitindo
sacrifícios humanos.
Em decorrência de fenômenos econômicos e
sociais ainda obscuros, as cidades clássicas deste período foram pouco a pouco
abandonadas entre os séculos IX e XI. Foi então que entra, pela primeira vez na
história do México, os povos de língua nahuatl,
que a partir daí vieram desempenhar um papel predominante. Oriundos do norte,
os Toltecas fundaram sua cidade, Tula, sobre o local da aldeia otomi (um dos
muitos povos secundários da região ainda do período Teotihuacán e sob sua influência
social e religiosa), em 856, segundo a cronologia local. Bárbaros e pouco
numerosos, aceitaram inicialmente a hegemonia da classe sacerdotal originária
de Teotihuacán e fiéis à tradição teocrática da era clássica. Mas com a chegada
de sucessivas vagas migratórias provenientes do norte, esse equilíbrio e
aceitação se romperia. Trazendo novas idéias
e novos ritos, como os sacrifícios humanos e uma organização social
militarista, conseguem vencer e banir os locais e seu deus Quetzalcoatl em 999.
A civilização tolteca propriamente dita desenvolve-se a partir do século XI, e
seus deuses celestes e sanguinários
superam as velhas divindades da água e da chuva, núcleo religioso das
quatro civilizações do início do I Milênio. Reis guerreiros dividem com os
sacerdotes os despojos e as vítimas para os altares de sangue, águias e
jaguares representam os novos ícones culturais e religiosos, a civilização
tolteca irradiara-se do planalto central para o oeste, para o leste e para o
sudeste, até às selvas do Istmo, na fronteira com o mundo Maia, oferecendo um
esplêndido fôlego à esgotada civilização do Primeiro Império Maia.O essencial
de sua arte, religião e concepção dinástica sobrevivera até à conquista
espanhola. Em 1168, sucumbindo a dissensões
internas e à invasão de novos imigrantes, a cidade de Tula caíra, saqueada e
abandonada. Mas importantes contingentes toltecas continuaram, porém,
estabelecidos em outras cidades, conservando a cultura apesar da queda da
cidade.
A derrubada tolteca provocara um profundo
abalo em todo o mundo autóctone da época, a ponto de estimulas tribos bárbaras
a marchar para o sul, sobre os escombros dos derrotados. Entre eles, os
astecas, ainda bárbaros, nômades...mas guerreiros.
II
- Hegemonia asteca
- Enquanto os astecas lentamente
se aproximavam do México Central, um processo cultural surpreendente acontecia
nessa região. As tribos bárbaras recém-chegadas, adotaram muito rapidamente a
vida sedentária, a língua, a agricultura, os ritos e a forma de governo dos
toltecas tardios. No século XIV, 28 estados compartilhavam o planalto central.
Alianças, , guerras e golpes transformavam a cada dia o equilíbrio político. Época
de violências e intrigas, mas também de rico desenvolvimento cultural. Sendo os
últimos a chegar, os astecas passaram por inúmeras atribulações. A ponto de se
refugiarem nas ilhas duma zona pantanosa a oeste do grande lago, fundando a
cidade de Tenochtitlán.
Os
astecas levavam uma vida anfíbia, com pirogas e redes, subsistindo graças à
pesca e à caça de animais aquáticos. Acumulando lodos sobre jangadas de bambu,
criavam jardins flutuantes (chinampas). Mas o sonho dinástico não fora
esquecido, o sonho que os levou a transitar por quase todo o México, à procura
de sua identidade, e de solo próprio para sobreviverem. Gradualmente, foram se
aliando a estados poderosos e que os humilhavam com frequência (dois monarcas
astecas foram assassinados por líderes federados mais fortes), mas no governo
de Itzcoatl (4º soberano), aliado a
Nezaualcoyotl – herdeiro do trono de Texcoco, cidade pós-tolteca – rechaçou assaltos
inimigos, levou a guerra a esses e o estado asteca ascendera à posição
privilegiada num triunvirato de força entre Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán. E
após a morte desses dois soberanos, os astecas conquistaram a liderança deste
triunvirato, expandindo-se muito mais do que os toltecas em sua época áurea,
estabelecendo-se como a maior força imperial da história mexicana pré-européia.
III
- Sociedade e governo astecas - ao
se fixar no vale do México, a sociedade asteca era uma sociedade homogênea e
igualitária, soldados e cultivadores, caçadores e pescadores que só reconheciam
a autoridade sacerdotal, a deles próprios guerreiros e intérpretes de oráculos.
Com a influência cultural e política dos vizinhos e também da própria conquista
destes últimos, houve uma profunda mudança.
No ápice da sociedade asteca, estavam os dignitários e sacerdotes. Os primeiros distinguiam-se por possuir a investidura
de altas funções militares e civis. Não se tratava de uma nobreza hereditária,
beneficiavam-se da distribuição de
tributos e recebia, segundo seu escalão,
pedras preciosas, plumas e vestimentas valiosas. Em troca das vantagens que
desfrutavam, os dignitários devotavam todo o seu tempo e energia ao serviço público.
Os segundos apesar do privilégio de não pagar impostos e ter representação no
Grande Conselho e no colégio eleitoral que designava o imperador, eram
essencialmente religiosos, pois mesmo impregnado de religião, o estado asteca não
era uma teocracia: as funções em momento algum, se misturavam. A aristocracia
asteca possuía um conceito muito elevado de estado, sabia-se claramente a noção
de bem público e o sentido dos deveres do soberano. Os negociantes, sem ostentar qualquer fausto exterior, detinham as
riquezas possuídas sobre as quais se formava uma influência crescente na
sociedade e em algumas células do governo. Atuavam em quase todas as cidades do
império, possuíam uma divindade particular, seus próprios tribunais e seus próprios
chefes, condição de independência e relativo poder desde que conseguiram
rechaçar um ataque de tribos hostis no Istmo após quatro anos de combates
contra saques de suas caravanas. O imperador da época, então, reconhecendo-lhes
a fibra e organização, nomeou-os de “seus tios” e lhes concedera o privilégio
de andar com jóias e ouro, uma vez que a aristocracia e a classe dirigente
destacava-se pela austeridade e marcialidade. Os artesãos agrupavam-se em bairros próprios, também com seus deuses e
ritos, em corporações distritais e tinham o título de “toltecas”, pois atribuíam
a invenção dessas técnicas à antiga civilização Tula e seu herói simbólico,
Quetzalcoatl. O povo, tribal a princípio
caçador-coletor-pescador, transformara-se em uma sociedade hierarquizada,
regida por estruturas complexas de acordo com o nível de vida das diversas
categorias populacionais e respectivas posições no interior desta sociedade. Haviam
os cidadãos comuns, pagadores de impostos, prestadores de serviço militar e
tinham sempre uma corvéia pública (não senhorial) a seguir, na manutenção dos
monumentos, canais, caminhos, diques, etc. Seus filhos e filhas dispunham de
ensino gratuito; recebiam peças de vestimentas, alimentos tanto em distribuições
regulares do governo como quando o imperador vinham em auxílio nos períodos de
inundações, escassez ou outras calamidades.
OS INCAS
I -
Como os Incas
assumiram a liderança
na Confederação Cusquenha
Quando os Incas
chegaram à região encontraram os três povos referidos lá radicados. Estavam
muito perto um do outro e partilhavam, entre outras coisas, o mesmo idioma: o
quechua (como nos referimos anteriormente, o quechua tornou-se posteriormente o
idioma oficial do Tawantinsuyu, mas não era o idioma originário dos Incas. Eles
o aprenderam com os povos aos quais se aliaram, e apesar de depois terem-no
aceitado como idioma oficial conservaram até o final do século XVI o seu idioma
originário (que segundo alguns lingüistas espanhóis assemelhava-se muito a um
dialeto falado na Amazônia; talvez os Incas sejam provenientes da Amazônia)).
Os Incas, para poderem se radicar na região, tiveram
que aliar-se a esses três povos, formando a chamada Confederação Cuzquenha.
Manko Kapaq construiu o Intipcancha (que já mencionamos) e fez dele ao mesmo
tempo palácio e templo. O povoado Inca se aglomerava ao seu redor. Por serem os
mais novos membros da Confederação Cuzquenha, os Incas ocupavam uma posição
inferior em relação aos demais três povos. A Confederação dividia-se em duas
metades: Hanan e Hurin.
Hanan era a metade de cima, rica, forte e poderosa.
Faziam parte delas os povos Sawasiray, Allkawisa e Mara. Já Hurin era a metade
de baixo, pobre, fraca e subalterna. Esta metade era composta pelo povo Inca.
Ao que parece, Hanan desempenhava as funções político-religiosas de Cuzco (a
Confederação Cuzquenha com efeito se tornou a cidade de Cuzco), enquanto que
Hurin era responsável pela defesa da Confederação. Sendo assim, os primeiros
Inkas utilizaram o título de Sinchi (general), sendo chamados de Inka apenas
pela metade de Hurin. Ou seja, Manko Kapaq, apesar de ser o fundador dos Incas,
não passou de um Sinchi da Confederação Cuzquenha.
Sinchi Roka <1320>:
Antes de descrever este Inka, é interessante que se
faça um observação no que diz respeito às datas colocadas após os nomes dos
soberanos. Estas datas só serão precisas de Wayna Kapaq em diante. Nos Inkas
anteriores, as datas servem muito para situar o leitor no tempo apenas como
noção, não sendo portanto exatas.
Sinchi Roka era filho de Manko Kapaq, e como seu
próprio nome nos diz também foi um Sinchi, não tendo assim muito poder dentro
da Confederação Cuzquenha. Seu governo foi relativamente longo, mas não
realmente importante no que diz respeito à história Inca.
Lloki Yupanki <1335>:
Já havia duas Panakas Inkas, quando Lloki Yupanki
recebeu a Maskapaicha.
A exemplo de seus predecessores, que não se sabe se
foram seus parentes, também foi um Sinchi de Cuzco. Não fez nada além do que
seus dois anteriores fizeram. Como eles, Lloki Yupanki seguiu as ordens de
Hanan e garantiu o direito do povo Inka a prestar culto a Intip no Intipcancha.
Mayta Kapaq <1355>:
Não foi um Sinchi muito relevante, assim como nenhum
outro antes dele. Ocupou seu posto por cerca de vinte anos. Nesse tempo, apenas
deu continuidade ao trabalho dos Sinchis anteriores. Mayta Kapak, assim como os
sinchi antriores a ele, fez campanhas militares para saquear os povoados
vizinhos em busca do butim oriundo do saque, e também rechaçou ataques que
Cuzco sofreu em tempos muito hostis.
Kapaq Yupanki <1375>:
Kapaq Yupanki teve um governo dos mais efêmeros. Não
realizou nada em especial, mas também não ficou devendo nada em relação a seus
precedentes.
Ele foi o último Inka de Hurin a ser submisso a
Hanan. O poder militar adquirido por Hurin, graças a seus cinco Sinchis,
colocava a metade outrora fraca e pobre em condições de contestar o domínio dos
sacerdotes de Hanan sobre a Confederação Cuzquenha.
Inka Roka <1385>:
É um dos mais importantes Inkas da história
Inca. Ele inicialmente foi escolhido como Sinchi de Hurin, porém a força que
esta metade adquirira durante as chefias dos Inkas anteriores colocou o Sinchi
numa posição muito confortável.
Por volta de 1395, Inka Roka reuniu seus soldados e liderou uma expedição que
atacou e dominou as três tribos formadoras de Hanan. Depois, o Inka levou a
estátua de Manko Kapaq para a parte de cima da cidade, obrigando os antigos
dominadores a prestarem culto a Intip e reverenciarem Manko Kapaq.
O Sinchi acumulou as funções que pertenciam aos chefes das outras três tribos e
unificou-as sob seu domínio. Podemos
considerar que, a partir daí, a Confederação Cuzquenha acabou para dar lugar a
cidade de Cuzco. Aos poucos, os povos de Sawasiray, Allkawisa e Mara foram se
fundindo aos Incas de maneira que passaram a constituir uma única etnia.
Inka Roka foi o primeiro Inka a merecer esse título em sua íntegra.
Depois de unificar Cuzco sob seu domínio, partiu em campanha para aumentar a
extensão territorial de seu poder. Ele chegou a tomar várias aldeias e pequenas
cidades próximas a Cuzco, como Muina e Pinawa.
Yawarr Waqaq
<1415>:
Sem dúvidas, Yawarr Waqaq foi o mais inexpressivo de
todos os soberanos Incas. Além de ter tido o mais efêmero de todos os governos,
seu único feito relevante foi a perda de todos os territórios que Inka Roka
havia anexado. As atitudes erradas do Inka desencadearam uma crise sem
precedentes na cidade, fazendo com que, pouco antes de seu governo completar
dois anos, ele fosse assassinado por conspiradores.
Wiraqocha Inka <1418>:
Este pode ser considerado o ponto de partida do
Tawantinsuyu. Quando Wiraqocha Inka assumiu o poder em Cuzco teve de combater
um verdadeira rebelião na cidade. As etnias internas estavam lutando entre si,
e havia a freqüente ameaça de uma invasão externa. Justamente por causa da
situação periclitante em que se encontravam seus domínios, ele adotou o nome de
um Deus, Wiraqocha (já fizemos menção a este Deus anteriormente), o Deus do
Mar.
A adoção do nome fez com que muitos, inclusive os
conspiradores que mataram Yawarr Waqaq, acreditassem que se tratava do próprio
Deus encarnado. Por isso, as coisas para este Inka tornaram-se mais simples.
Ele apaziguou as revoltas internas, deteve as tentativas de invasão e iniciou a
expansão de Cuzco anexando diversas regiões próximas, num raio de 40km. Chegou
até a dominar o famoso lago Titicaca.
Ao que tudo indica, o período de anarquia que se
instaurava após a morte de um Inka teve seu princípio na ascensão de Wiraqocha
Inka, pois devido ao tumulto causado pelo assassinato de Yawarr Waqaq a
anarquia se instaurou e o novo Inka, para poder chegar ao poder, teve que
derrotar os conspiradores. Temeroso de que com sua morte ocorresse um novo
período de anarquia, Wiraqocha começou a preparar seu filho mais velho, Urqu,
para ser seu sucessor.
Por volta de 1437, chegou a Cuzco a notícia de que
uma grande horda de guerreiros estava se aproximando dos domínios do Inka. Eram
os Chanka (povo ao qual nos referimos no item sobre o Império Chimu),
guerreiros natos que estavam em busca de novas terras para seu reino. Em
campanha militar há pelo menos cinco anos, vinham conquistando os povos ao sul
do Império Inca com muita facilidade, devido a sua crueldade e obstinação na
luta. Wiraqocha, já velho (alguns chegam a dizer que Wiraqocha assumiu o poder
em 1400 e não em 1418; portanto, todos os fatos teriam 18 anos, em média, de
atraso, se esta corrente estiver correta), decidiu que o melhor a fazer era
retirar-se com o maior número de pessoas possível para a fortaleza de Calca. Lá
ele pretendia, ainda vivo, entregar a Maskapaicha para Urqu.
Sendo assim, antes que os Chanka chegassem Wiraqocha
resolveu partir. Pretendia levar toda a sua família e as Panakas dos Inkas
mortos, além do máximo de pessoas que pudesse. Entretanto, seu filho Cusi
Yupanki resolveu não abandonar Cuzco. Pediu tropas ao pai e disse que conteria
a invasão Chanka a qualquer custo. Cusi Yupanki de fato conseguiu conter a invasão
e, como recompensa, Wiraqocha permitiu que ele reinasse ao seu lado, tornando o
Império uma diarquia. No entanto, Cusi Yupanki não ficou satisfeito com a
situação, baniu Wiraqocha e tomou para si a Maskapaicha que seria dada ao irmão
Urqu.