quinta-feira, 8 de março de 2012

Resumo do Capítulo IV, A Vida dos Ofícios, aula do Eduardo Affonso de 12 Mar 2012

Na medida do possível, aqui está um resumo do capítulo IV do livro "Paris no tempo do Rei Sol", de Jacques Wilhelm. Vejam o que pode ser acrescentado ou então suprimido, para melhor compreensão.


Para uso dos companheiros do Terceiro Período de História - UCAM/Santa Cruz, noite.


Abraço e até já!
























WILHELM, Jacques. A VIDA DOS OFÍCIOS, in Paris no Tempo do Rei Sol, Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1988. Cap.IV, pags 67 a 90.




Nestes primeiros parágrafos, Jacques Wilhelm ressalta a importância da produção artesanal e manufatureira parisiense, o nível de qualidade alcançado pelo controle rígido da produção e de seus profissionais. Criadas por Henrique IV, e fazendo uso de farta mão-de-obra estrangeira, as manutafuras chegaram até o tempo de Colbert com comprovada excelência no setor, usando este ministro todo tipo de artifício, entre espionagens e coações, para a execução desta política de retenção de divisas. Mesmo tendo acerada estrutura corporativa desde a Idade Média, os ofícios sofreram regulamentações estatais que influíram negativamente na qualidade de alguns cargos com a criação de outros, inúteis para efeito profissional, a ponto de Henri Sée¹ escrever que, sob Luís XIV, “a realeza vende o direito ao trabalho”. Da página 70 a 73, o autor identifica a quantidade dos ofícios na Paris do Rei Sol; revela o número do chamado Corpo dos Seis, os seis mais ricos ofícios da cidade, a distinção entre cada afazer, suas limitações e especializações e a quantidade desses profissionais em relação à população da cidade. E também suas manobras para fugir à sanha controladora do Estado. Da página 73 a 75, Wilhelm explica os caminhos para que um aprendiz ou companheiro consiga ascender à condição de mestre, a duração do aprendizado segundo as diversas categorias, a severidade extrema daqueles ensinamentos e a falta de escrúpulo de alguns mestres com rapazes imberbes, as providências antes, durante e depois do trabalho propriamente dito e as fatalidades que hora ocorressem-lhe. Até à página 79, explica o autor a jornada de trabalho segundo os estatutos do Ofício, a remuneração e a preferência pelo pagamento mensal contra a empreitada; a pressão do ministro Colbert sobre a redução do número de festas do calendário para que se pudesse obter maior rendimento com dias trabalhados, a relação do pagamento dos companheiros em relação ao custo de vida da época, toda sorte de dificuldades de companheiros e aprendizes quando adoeciam ou perdessem o emprego sem quaisquer garantias de benefício empregatício, as tentativas pioneiras de greves por melhorias salariais e/ou seu acesso à mestria, que já se tornava, em alguns casos, condição hereditária para muitos setores, como na citação ao Grande Matadouro de Paris, uma quase-casta controlada por quatro famílias naquele século XVII. Entre o final da página 79 e as páginas 80 e 84, o autor revela os artifícios engendrados pelos mestres a fim de manter o poder de um pequeno grupo na direção dos Ofícios, como qualquer dinastia; alguns deles, absurdos, segundo Jacques Savary² . Muitas famílias de “oficiais” reais tinham sua origem no sucesso artesanal ou mercantil, enobrecidos com a compra de cargos. Mercadores de primeira categoria eram imensamente ricos; residiam em locais que primavam pelo afluxo dos clientes e não pela suntuosidade. Boticários, açougueiros, botequineiros e mestres de armas eram extremamente poderosos e organizados, estes últimos passíveis de enobrecimento após vinte anos de ofício, e por serem muito poucos em atividade. Quanto às mulheres, não havia nenhuma proibição para o trabalho, desde que fossem habilidosas no que se propunham; algumas singularidades, como a mestra possuir apenas uma aprendiz ou sanções contra a mestra que “faltasse contra a própria honra” eram destaque nos estatutos da categoria. Wilhelm finaliza as três últimas páginas ressaltando a participação das corporações às confrarias religiosas, praticamente obrigado pela autoridade real, que aprovava-lhe ou não os estatutos; fiscalizava, amiúde, o destino dos fundos arrecadados pelos confrades, para que não fossem absorvidos para outras atividades não tão nobres ou santas assim.



Palavras-chave: corporações, artesãos, confrarias, ofícios.

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