domingo, 10 de junho de 2012

A Origem da Revolução Industrial





O início da Revolução Industrial (no que tange à matéria de século XVIII) e a resposta dissertativa da frase da página 45 - tudo, Eduardo Afonso. É amanhã, povo!




LIQUIDIFICANDO E PENEIRANDO
HISTÓRIA MODERNA - SÉC.XVIII



PARA A PROVA 2 DO PERÍODO



ORIGENS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL



Frase da página 45, “Assim, a vantagem do mercado interno pré-industrial era sua dimensão e sua constância”: => A Revolução Industrial foi um crescimento acelerado decorrente de transformações econômicas e sociais. Mudanças que não levaram em conta a quantidade, mas a qualidade produtiva; do contrário, Birmingham seria o foco inicial do processo por ocasião de um século (1750-1850) de produção dinâmica porém nos moldes antigos, e hoje sabe-se que era Manchester que produzia por um modo obviamente revolucionário. Eliminemos as teorias que versam sobre algumas naturezas da origem: clima, geografia, mudança biológica, acidentes históricos. As pré-condições para a industrialização já existiam ou poderiam ser criadas facilmente na Grã-Bretanha. Não houve maiores dificuldades para a transferência de mão-de-obra de atividades não-industriais para as industriais, pois em meados dos setecentos seria muito difícil crer que houvesse um campesinato dono de terras no reino ou mesmo agricultura de subsistência. Substancial acúmulo de capital no país e dimensões suficientes incentivaram o investimento no progresso econômico; grande parte de homens de iniciativa detinham generosa parte dos equipamentos para tanto e outros poucos detinham os mesmos para ostentação ou outros usos alternativos. Não se exigira qualquer classe de homens cientificamente qualificados, apenas os de escolaridade simples familiarizados com mecanismos simples e dotados de habilidade em metal, mais praticidade e iniciativa.

Todo o segredo está na relação entre a obtenção de lucro e a inovação tecnológica.
Uma economia de iniciativa privada, ao contrário do que se imaginava quanto à inovação como tendência, só tenderá para o lucro. As revoluções das atividades econômicas só acontecerão se puderem multiplicar a margem habitual de qualquer lucro.
Mas num mercado pré-industrial não é esse o caso. Nele, os ricos exigem bens de luxo em pequenas quantidades mas com uma alta margem de lucro; e os pobres (os que estão inseridos na economia de mercado), que tem pouco dinheiro, são avessos a novidades e provavelmente estejam longe dos centros acessíveis aos produtores nacionais.
A industrialização transforma tudo isso, ao permitir à produção (dentro de certos limites) expandir seus próprios mercados, senão realmente criá-los. Não vamos aqui entrar em exemplos da época pioneira da industrialização para não estender o texto, mas sabemos que a produção em série de artigos baratos (vide Henry Ford e o 'Modelo T') pode multiplicar seus mercados, acostumar as pessoas a comprar produtos melhores do que os usados pelos seus pais e descobrir necessidades antes desconhecidas.

Efetuado esse prelúdio, voltemos à assertiva da página 45: no tocante à dimensão e constância, esbarramos em três necessidades imperiosas daquele momento histórico: bens de capital, transporte e alimentação. Problemas que hoje são graves em países subdesenvolvidos que alçam a industrialização eram brandos na Grã-Bretanha do século XVIII. Os transportes e as comunicações eram baratos, uma vez que nenhuma parte do país achava-se a mais de 112km do mar, e menos ainda de algum curso de água navegável. Havia uma pressão dos diversos fabricantes pela redução dos altos custos de transporte das mercadorias através do país e o investimento proporcionado pelo mercado interno neste setor certamente influiu para tanto: a construção de canais (por exemplo) reduzira o custo por tonelada entre Liverpool e Manchester em 80%, o que não é, definitivamente, pouca coisa.
É fato que a primeira onda revolucionária industrial devera-se com o advento da mecanização têxtil. Mas com a facilidade alfandegária nos transportes, a agilidade no mesmo e o número de trabalhadores afluindo ao momento industrial das cidades, as manufaturas alimentares competiam com as têxteis como fixadoras do ritmo da industrialização em regime de iniciativa privada – por mais pobres que sejam, todos comem, bebem e usam roupas. Além disso, os produtos alimentares são muito mais imunes à concorrência externa do que os têxteis, favorecendo futuramente um excelente pólo de exportação para países subdesenvolvidos.
Tido como o grande da industrialização britânica, o carvão passou para a condição de valioso bem de capital com o aumento das lareiras urbanas; curiosamente, a superioridade do carvão sobre o ferro na economia citadina inglesa devera-se à ineficiência da lareira britânica em comparação com o fogão (ferro) da Europa Continental. E um hábito arraigado da cultura inglesa solidificara a indústria do carvão em detrimento à indústria do ferro. Mesmo antes da Revolução Industrial, sua produção já podia ser medida em milçhões de toneladas, sendo o primeiro produto ao qual podiam ser aplicadas tais cifras astronômicas. A verdadeira revolução Industrial para o ferro e carvão juntos teve de esperar até que a era das estradas de ferro abrisse um mercado de massa, não somente para bens de consumo como para bens de capital.


Referências bibliográficas: HOBSBAWN, Eric J., Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. São Paulo: Forense Universitária, 2009.

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