O início da Revolução Industrial (no que tange à matéria de século XVIII) e a resposta dissertativa da frase da página 45 - tudo, Eduardo Afonso. É amanhã, povo!
LIQUIDIFICANDO E PENEIRANDO
HISTÓRIA MODERNA - SÉC.XVIII
PARA
A PROVA 2 DO PERÍODO
ORIGENS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Frase
da página 45,
“Assim,
a vantagem do mercado interno pré-industrial era sua dimensão e sua
constância”:
=>
A
Revolução Industrial foi um crescimento acelerado decorrente de
transformações econômicas e sociais. Mudanças que não levaram em
conta a quantidade, mas a qualidade produtiva; do contrário,
Birmingham seria o foco inicial do processo por ocasião de um século
(1750-1850) de produção dinâmica porém nos moldes antigos, e hoje
sabe-se que era Manchester que produzia por um modo obviamente
revolucionário. Eliminemos as teorias que versam sobre algumas
naturezas da origem: clima, geografia, mudança biológica, acidentes
históricos. As pré-condições para a industrialização já
existiam ou poderiam ser criadas facilmente na Grã-Bretanha. Não
houve maiores dificuldades para a transferência de mão-de-obra de
atividades não-industriais para as industriais, pois em meados dos
setecentos seria muito difícil crer que houvesse um campesinato dono
de terras no reino ou mesmo agricultura de subsistência. Substancial
acúmulo de capital no país e dimensões suficientes incentivaram o
investimento no progresso econômico; grande parte de homens de
iniciativa detinham generosa parte dos equipamentos para tanto e
outros poucos detinham os mesmos para ostentação ou outros usos
alternativos. Não se exigira qualquer classe de homens
cientificamente qualificados, apenas os de escolaridade simples
familiarizados com mecanismos simples e dotados de habilidade em
metal, mais praticidade e iniciativa.
Todo
o segredo está na relação entre a obtenção de lucro e a inovação
tecnológica.
Uma
economia de iniciativa privada, ao contrário do que se imaginava
quanto à inovação como tendência, só tenderá para o lucro.
As revoluções das atividades econômicas só acontecerão se
puderem multiplicar a margem habitual de qualquer lucro.
Mas
num mercado pré-industrial não é esse o caso.
Nele, os ricos exigem bens de luxo em pequenas quantidades mas com
uma alta margem de lucro; e os pobres (os que estão inseridos na
economia de mercado), que tem pouco dinheiro, são avessos a
novidades e provavelmente estejam longe dos centros acessíveis aos
produtores nacionais.
A
industrialização transforma tudo isso,
ao permitir à produção (dentro de certos limites) expandir seus
próprios mercados, senão realmente criá-los. Não vamos aqui
entrar em exemplos da época pioneira da industrialização para não
estender o texto, mas sabemos que a
produção em série de artigos baratos
(vide Henry Ford e o 'Modelo T') pode
multiplicar seus mercados, acostumar as pessoas a comprar produtos
melhores do que os usados pelos seus pais e descobrir necessidades
antes desconhecidas.
Efetuado
esse prelúdio, voltemos à assertiva da página 45: no tocante à
dimensão e constância, esbarramos em três necessidades imperiosas
daquele momento histórico: bens de capital, transporte e
alimentação. Problemas que hoje são graves em países
subdesenvolvidos que alçam a industrialização eram brandos na
Grã-Bretanha do século XVIII. Os transportes e as comunicações
eram baratos, uma vez que nenhuma parte do país achava-se a mais de
112km do mar, e menos ainda de algum curso de água navegável. Havia
uma pressão dos diversos fabricantes pela redução dos altos
custos de transporte das mercadorias através do país e o
investimento proporcionado pelo mercado interno neste setor
certamente influiu para tanto: a construção de canais (por exemplo)
reduzira o custo por tonelada entre Liverpool e Manchester em 80%, o
que não é, definitivamente, pouca coisa.
É
fato que a primeira onda revolucionária industrial devera-se com o
advento da mecanização têxtil. Mas com a facilidade alfandegária
nos transportes, a agilidade no mesmo e o número de trabalhadores
afluindo ao momento industrial das cidades, as manufaturas
alimentares competiam com as têxteis como fixadoras do ritmo da
industrialização em regime de iniciativa privada – por mais
pobres que sejam, todos comem, bebem e usam roupas. Além disso, os
produtos alimentares são muito mais imunes à concorrência externa
do que os têxteis, favorecendo futuramente um excelente pólo de
exportação para países subdesenvolvidos.
Tido
como o grande da industrialização britânica, o carvão passou para
a condição de valioso bem de capital com o aumento das lareiras
urbanas; curiosamente, a superioridade do carvão sobre o ferro na
economia citadina inglesa devera-se à ineficiência da lareira
britânica em comparação com o fogão (ferro) da Europa
Continental. E um hábito arraigado da cultura inglesa solidificara a
indústria do carvão em detrimento à indústria do ferro. Mesmo
antes da Revolução Industrial, sua produção já podia ser medida
em milçhões de toneladas, sendo o primeiro produto ao qual podiam
ser aplicadas tais cifras astronômicas. A verdadeira revolução
Industrial para o ferro e carvão juntos teve de esperar até que a
era das estradas de ferro abrisse um mercado de massa, não somente
para bens de consumo como para bens de capital.
Referências
bibliográficas: HOBSBAWN, Eric
J., Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. São Paulo:
Forense Universitária, 2009.
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