Um apanhado da apostila da última segunda-feira, e duas tabelas "linkando" assuntos que se completam. Espero que tenha contribuído com algo, amigos - abraço.
A r i s t o c r a t a s v e r s u s B u r g u e s e s
(Raciocinando a respeito)
Por: Jorge Luiz da Silva Alves - 3º período História (Noite)/ UCAM Santa Cruz
F R A N Ç A ABSOLUTISTA (SÉCULO XVIII) | F u n ç õ e s | Clero (alto) | Nobreza | P o v o |
Religiosidade Ensino Assistencialismo | A r m a s Profissionais liberais C o r t e | Trabalhos braçais Burguesia(atv. $$) | ||
Privilégios e Rendimentos | Rendas (Rei) Isenção de impostos Isenção Sv Militar Dízimo Tribunais próprios | Isenção de impostos subsídios Rendas (rei/camponeses) Tratamentos especiais Indumentária | N E N H U M |
INTRODUÇÃO => O consenso ainda está longe de ser alcançado. Se os especialistas que consagraram suas vidas à história francesa não conseguem nem mesmo um pouco de concordância, passando um pelo outro inadvertidamente, podemos indagar o que os amadores poderão esperar de tudo isso.
Em têrmos legais: o Antigo Regime era dominado pelos dois primeiros Estados, o clero e a nobreza; na estrutura feudal que vingava na França até fins do século XVIII, a noção de riqueza da terra era um anacronismo num panorama onde instituições capitalistas já vingavam no campo, o desenvolvimento do comércio e da indústria forjara uma dinâmica classe, a burguesia. Esta classe não toleraria indefinidamente a sua posição subordinada; a Revolução de 1789restaurou a harmonia entre o fato e a lei.
O que tornou (segundo Marx) a Revolução Francesa tão específica foi a sua velocidade, violencia e abrangência. E esse radicalismo devera-se a dois processos inter-relacionados: o primeiro, a ação de retaguarda sustentada pelos privilegiados e seus alidos estrangeiros; e em segundo, a ajuda crucial que os burgueses, essencialmente tímidos, recebiam das massas urbanas e dos camponeses. “Não existiram três revoluções em 1789, mas apenas uma, burguesa e liberal, com apoio popular, principalmente camponês” (Albert Soboul). A burguesia podia até falar para a Humanidade, mas seus objetivos estavam estreitamente circunscritos. E foi somente em 1830, com a Revolução de julho, que a burguesia francesa conquistou a segurança, sem precisar representar alguém, a não ser ela mesma.
Pois é: foi contra essa “interpretação clássica” (denominação de Soboul) que os revisionistas lançaram uma série de ataques.
Consequentemente, o primeiro alvo dos revisionistas foi a natureza da transformação social e econômica ocorrida no século XVIII. O que se questiona é se a expansão sócio-econômica tenha intensificado o antagonismo entre nobreza e burguesia.
Foi provado que muitos empresários mais progressistas eram nobres. A maioria dos burgueses mostrava-se positivamente tímida, preferindo investir seu capital em terra, domínios senhoriais, cargos venais e ações do governo. Longe de procurar combater os nobres, o mais intenso desejo de todo bougeois gentilhomme era o de se juntar a eles. Como já fora visto em outras apostilas (Paris no Tempo do Rei Sol, Cap. IV, 'A Vida nos Ofícios', pág 81, 2º par.), muitos cargos enobrecedores estavam à venda que qualquer um dotado de fundos suficientes podia operar a transação. A consequência é que a nobreza francesa ficou muito numerosa. Longe de ser uma casta fechada, a nobreza francesa era uma elite aberta. Pois o Absolutismo francês dera tanto poder à realeza que os nobres precisavam de todo tipo de renda possível; e com isso, barganhavam tudo que fosse-lhes de valia, que fosse do interesse dos subalternos estamentais. A “reação aristocrática” foi um mito.
Os revisionistas salientam também a heterogeneidade da nobreza e da burguesia. O farto acesso aos escalões da nobreza por burgueses terminou unificando por opulência e capacidades os superiores de cada lado numa elite singular, denominada de “os notáveis”. Partindo desta premissa, pergunta-se por quê o sistema ruiu se havia uma harmonia entre os postos de liderança estamentais?
Duas crises surgiram no final da década de 1780:
A primeira, política: À Guerra de Independência Americana, seguira-se a bancarrota financeira da monarquia e o colapso do governo, no verão de 1788; os Estados-Gerais foram convocados e, a partir daí, todo processo revolucionário teve início, com a recusa do Terceiro Estado em se reunir para a votação por ordens. A segunda, econômica, originou-se mais imediatamente do fracasso geral da colheita de 1788, mas com origens mais remotas na pressão demográfica e na recessão iniciada na década de 1770. Foi da fusão dessas duas crises na primavera e no verão de 1789 que possibilitou que a massa de descontentes se tornasse crítica e convertesse a crise numa revolução.
Não foi exatamente uma luta de classes, aristocratas versus burgueses; foi, sim, uma luta pelo poder. O destino que tentavam criar para a França certamente estava talhado para se adequar às necessidades da burguesia, mas teria fornecido um feitio igualmente ajustado aos nobres empreendedores e abastados. Em suma, seria uma França criada pelos “notáveis” e para os “notáveis”.
A Revolução foi “arrancada de seu curso”por conta de uma série de indecisões e limitações dos “notáveis” para conduzir o processo que se avolumava entre 1792 e 1794. Mas, após o golpe do Termidor, os “notáveis” voltaram à cena, e, desta vez, para sempre.
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