quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Notícias de uma Guerra Particular - Rio de Janeiro -1993 à 1998
Notícias de uma Guerra Particular traz cenas desconcertantes, como o garoto de dez anos que diz ter prazer em estar perto da morte, o policial que se orgulha em matar, e as crianças que sabem de cor os nomes das armas e suas siglas.
• Eleito um dos melhores filmes brasileiros contemporâneos pela Revista de Cinema e vencedor da competição nacional de documentário do festival É Tudo Verdade, "Notícias de uma Guerra Particular" é um amplo e contundente retrato da violência no Rio de Janeiro. Flagrantes do cotidiano das favelas dominadas pelo tráfego de drogas alternam-se e entrevistas com todos os envolvidos no conflito entre traficantes e policiais -- incluindo moradores que vivem no meio do fogo cruzado e especialistas em segurança pública. A realidade da violência é apresentada sem meios-tons e da forma mais abrangente possível, tornando patente o absurdo de uma guerra sem fim e sem vencedores possíveis.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Trabalho de Ciência Política - 6º período - História
Apontamentos para o trabalho sobre Max Weber - Ciência Política. Falta pouco, moçada!
Maximilian Karl Emil Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junhode 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e
economista, Alfred Weber. É considerado
um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também
pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e
na administração.
Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi
reservado para o chamado processo de racionalização e desencantamento que
provém da sociedade moderna e capitalista. Mas seus estudos também deram contribuição
importante para a economia. Sua obra mais famosa é o ensaio A ética protestante e o espírito do
capitalismo,
com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião. Weber
argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porque as
culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e
salientou a importância de algumas características específicas do
protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e
do estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho importante, A política como vocação, Weber definiu o Estado como "uma entidade
que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física", uma definição
que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente. Em
suas contribuições mais conhecidas são muitas vezes referidas como a “Tese de
Weber".
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A ética
protestante e o 'espírito' do capitalismo é considerada a grande obra de Max Weber e é o seu texto mais lido
e conhecido. A primeira parte desta obra foi publicada em 1904 e a segunda veio
a público em 1905, depois da viagem do autor e de sua esposa aos Estados
Unidos. No capítulo introdutório, Weber mostra a
preferência educacional dos católicos por uma formação humanista, enquanto os
protestantes preferiam formação técnica. Ao mesmo tempo, mostrou as diferenças
profissionais entre ambos os segmentos. Weber rejeita a explicação (superficial
e aparente) de que a espiritualidade católica, fundada no ascetismo,
predisporia o indivíduo para o estranhamento do mundo e, desta forma, para a
indiferença para com os bens deste mundo; enquanto os protestantes seriam
materialistas. Alega que os puritanos se caracterizavam pelo oposto da alegria
para com o mundo. Ao contrário, ele sugere que há um íntimo parentesco entre
estranhamento do mundo, ascese e participação na vida aquisitiva.
O capítulo posterior
trata do objeto da pesquisa, ou seja, é neste momento que ele desenvolve o tipo
ideal de "espírito do
capitalismo", entendido como
uma individualidade histórica. Tomando como exemplo máximas colhidas de
escritos de Benjamin Franklin, tais como "tempo é dinheiro" ou
"dinheiro gera mais dinheiro" ou ainda "o bom pagador é dono da
bolsa alheia", Weber mostra que o espírito do capitalismo não é
caracterizado pela busca desenfreada do prazer e pela busca do dinheiro por si
mesmo. O espírito do capitalismo deve ser entendido como uma ética de vida, uma
orientação na qual o indivíduo vê a dedicação ao trabalho e a busca metódica da
riqueza como um dever moral. Weber acentua claramente que o 'espírito' do
capitalismo não deve ser confundido com a 'forma' do capitalismo. Por forma,
Weber entende o capitalismo enquanto sistema econômico, cujo centro é
representado pela empresa capitalista, reunião de meios de produção, trabalho
organizado e gestão racional. Ele esclarece que as variáveis tratadas no seu
livro tem a ver com a moral protestante e a dimensão atitudinal (habitus) que
serve de base ao sistema. O espírito do capitalismo só pôde triunfar ao vencer
as formas tradicionalistas de comportamento econômico.
Após, Weber destaca que o ponto de partida da ética econômica
subjacente ao capitalismo está no protestantismo pós-luterano, nas chamadas
igrejas e seitas do protestantismo ascético, tanto na sua versão calvinista
(derivada de João Calvino) quanto
anabatista. Do calvinismo emana a célebre tese da predestinação, dogma que afirma
que apenas Deus escolhe - independente dos méritos do indivíduo - quem será
salvo e quem será condenado. Diante da angústia religiosa sofrida pelo
indivíduo, o trabalho e o sucesso na vida econômica surgem como compromissos do
crente e como indícios (embora não meio) de certeza da salvação. Apesar desta
rígida tese estar atenuada no pietismo e no metodismo, que são mais
sentimentais, nas igrejas de origem calvinista a riqueza recebe uma sanção
positiva da esfera religiosa. O mesmo processo pode ser verificado no âmbito
das seitas que surgem do movimento anabatista (rebatizados) - como os batistas, menonitas e quakers, por exemplo -
que, organizados em forma de seita, estimulam uma
vida ordenada, disciplina e regida por rígidas normas éticas.
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Em 1913, Weber publicou um escrito intitulado "Sobre
algumas categorias da sociologia compreensiva", primeiro esboço de seu
método sociológico. Ele continuou a trabalhar sua visão de sociologia durante
os próximos anos em escrito encomendado para uma ampla coleção de textos
econômicos e que, por esta razão, recebeu o nome de "Economia
e Sociedade".
No
primeiro capítulo desta obra, aparece como conceito fundante da teoria
sociológica de Weber a categoria ação,
considerado por ele o objeto da sociologia. A ação é um comportamento humano ao
qual os indivíduos vinculam um significado subjetivo e a ação é social quando
está relacionada com outro indivíduo. A análise da teoria weberiana como
ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação
social:
·
A ação racional com
relação a um objetivo é determinada por expectativas no comportamento tanto
de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas
como condições ou meios para alcance de fins próprios racionalmente avaliados e
perseguidos. É uma ação concreta que tem um fim especifico, por exemplo: o
engenheiro que constrói uma ponte.
·
A ação racional com relação a um valor é
aquela definida pela crença consciente no valor - interpretável como ético, estético,religioso ou
qualquer outra forma - absoluto de uma determinada conduta. O ator age
racionalmente aceitando todos os riscos, não para obter um resultado exterior,
mas para permanecer fiel a sua honra, qual seja, à sua crença consciente no valor, por
exemplo, um capitão que afunda com o seu navio.
·
A ação afetiva é
aquela ditada pelo estado de consciência ou humor do sujeito, é
definida por uma reação emocional do
ator em determinadas circunstâncias e não em relação a um objetivo ou a um
sistema de valor, por exemplo, a mãe quando bate em seu filho por se comportar
mal.
·
A ação tradicional é aquela ditada pelos hábitos, costumes,
crenças transformadas numa segunda natureza, para agir conforme a tradição o
ator não precisa conceber um objeto, ou um valor nem ser impelido por uma
emoção, obedece a reflexos adquiridos pela prática.
Sociologia
Política => Max Weber desenvolveu um importante trabalho de sociologia política através da sua teoria
dos tipos de dominação8 . Dominação é a possibilidade
de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Isso pode
acontecer por motivos diversos, como costumes e tradição. Weber define três
tipos de dominação que se distinguem pelo caráter da dominação (pessoal ou
impessoal) e, principalmente, pela diferença nos fundamentos da legitimidade.
São elas: legal, tradicional e
carismática.
·
Dominação legal: a obediência está fundamentada
na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro
administrativo é mais bem representado pela burocracia. A ideia principal da
dominação legal é que deve existir um estatuto que pode ou criar ou modificar
normas, desde que esse processo seja legal e de forma previamente estabelecido.
Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si,
independente do pessoal, ele obedece ao dominante que possui tal autoridade
devido a uma regra que lhe deu legitimidade para ocupar este posto, ou seja,
ele só pode exercer a dominação dentro dos limites pré-estabelecidos. Assim o
poder é totalmente impessoal, onde se obedece à regra estatuída e não à
administração pessoal. Como exemplo do uso da dominação legal podemos citar o
Estado Moderno, o município, uma empresa capitalista privada e qualquer outra
organização em que haja uma hierarquia organizada e regulamentada. A forma mais
pura de dominação legal é a burocracia9 .
·
Dominação tradicional: Se dá
pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, sua ordem
mais pura se dá pela autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos
obedecem e na forma administrativa isso se dá pela forma dos servidores. O
ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto à
legitimidade da autoridade. Os servidores são totalmente dependentes do senhor
e ganham seus cargos seja por privilégios ou concessões feitas pelo senhor, não
há um estatuto e o senhor pode agir com livre arbítrio.
·
Dominação carismática: nesta
forma de dominação os dominados obedecem a um senhor em virtude do seu carisma ou
seja, das qualidades execpcionais que lhe conferem especial poder de mando. A
palavra carisma é de inspiração religiosa e, no contexto cristão, lembra os
dons conferidos pelo Espírito Santo aos cristãos. A palavra foi reinterpretada
em sentido sociológico como dons e carismas do próprio indivíduo e, foi nesta
forma que Weber a adotou. Weber considerou o carisma uma força revolucionária
na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de exercício do
poder. Por outro lado, a confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel
e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal.
A
tipologia weberiana das formas de poder político diferente claramente da
tradição clássica, orientada pela discussão da teoria das formas de
governo, oriunda do mundo antigo (Platão e Aristóteles). Filiado à
tradição realista de pensamento, Weber também rejeita os pressupostos
normativos e éticos da teoria do poder e procura descrevê-lo em suas formas
efetivas de exercício. Ao demonstrar que o exercício do poder envolve a
necessidade de legitimação da ordem política e, ao mesmo tempo, sua
institucionalização por meio de um quadro administrativo, Weber apresentou os
fundamentos básicos da sociologia política da era contemporânea.
Além de
uma rigorosa e sistemática sociologia política - alicerçada em seus tipos de
dominação - Max Weber foi um dos mais argutos analistas da política alemã, que
analisou durante o Segundo Império Alemão e durante os anos iniciais da República de Weimar. Crítico da política de Bismarck,
líder que, ao monopolizar o poder, deixou a nação sem qualquer nível de
sofisticação política, Weber sempre apontou a necessidade de reconstrução da
liderança política. No escrito O Estado Nacional e a Política Econômica,
de 1895, já mostrava como as diferentes classes sociais não se mostravam aptas
a dirigir a nação, seja pela sua decadência social (caso dos Junkers), seja
pela sua imaturidade política (caso da burguesia e do proletariado)
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Após
a década de 1910, os estudos de Weber na área da sociologia religiosa foram
ampliados e ele passou a aprofundar seu conhecimento das religiões de caráter
universal. Ao contrário de Durkheim, que partiu das religiões primitivas (totemismo), Weber
dedica-se à análise do confucionismo e do taoísmo, do hinduísmo e do budismo,
do islamismo e da religião judaica, ou seja, dos grandes sistemas religiosos da
humanidade. Conforme ele esclarece no Prólogo (Vorbemerkung) escrito
para introduzir, em termos globais, seus "Ensaios Reunidos de
Sociologia da Religião", seu objetivo primordial consiste em entender
os fenômenos centrais do racionalismo ocidental, como a ciência, a técnica, a
universidade, a contabilidade, o direito, a gestão racional das empresas, a
música, o Estado Burocrático e, em especial, o capitalismo moderno. Conforme
explicou sua esposa Marinne Weber, a descoberta da especificidade do
racionalismo moderno foi a grande inovação sociológica de Weber e ele procurou
desvendar suas origens e características, destacando o papel da religião neste
processo.
Introdução O estudo de Weber
dedicado às religiões universais possui um escrito preliminar de caráter
metodológico, no qual ele explica que, diferente do que fez na pesquisa sobre o
protestantismo (em que contemplou apenas um lado da relação causal entre ideias
e interesses), nestes estudos ele mostraria a vinculação existente entre
fatores materiais e fatores ideais nos processos sociais. Por isso, ao analisar
os grandes sistemas religiosos e suas diferentes teodicéias, ele levaria em conta também os
interesses e o papel de suas principais camadas portadoras, sejam elas
populares (camadas urbanas, rurais, etc.), sejam elites políticas
(burocracias), religiosas (sacerdotes) ou mesmo guerreiros.
A
religião da China => O
primeiro grande sistema analisado por Weber é a milenar civilização chinesa.
Ele revisa os pressupostos econômicos e político do mundo chinês, o papel do
imperador e das províncias e, em especial, a função dos mandarins (burocratas), o que introduz um
caráter ritualista e tradicional no confucionismo,
voltado para a culto dos antepassados familiares e do imperador: o universo é
entendido como uma ordem eterna - Tao - que não pode ser contestada e ao
qual o indivíduo se adapta. Na China desenvolveu-se uma tendência mística
chamada taoísmo,
cujo fundador é Lao-Tsé,
mas que foi tragada pela poderosa força da magia, razão pela qual a religião
chinesa ficou imersa em um jardim mágico. Desta forma, ele não desenvolveu um
potencial de racionalização prática das condutas.
Consideraçâo
Intermediária => Após
analisar a religião chinesa, Weber passa ao exame das religiões de salvação,
nas quais existe uma relação de tensão com o mundo: daí a necessidade de um
texto intermediário que explique as diferenças entre o misticicismo
(predominante do mundo oriental) e o ascetismo (predominante no mundo
ocidental. Neste texto ele também examina as tensões entre a ordem religiosa
(regida por normas) e as ordens sociais do mundo moderno que são regidas por
uma racionalidade formal e que, portanto, possuem sua legalidade própria. As
esferas analisadas por Weber são a economia, a política, a arte, o erotismo e a
ciência.
A
religião da Índia => O
sistema de castas vigente na Índia demonstra que também
se trata de uma religião - chamada de hinduísmo - com fortes elementos tradicionais.
As castas criam uma ordem hierárquica, no topo da qual estão os sacerdotes brahmanes, seguidos pelos
guerreiros, depois os comerciantes e agricultores e, por fim, os demais
trabalhadores. O intercâmbio entre os grupos sociais não é permitido e a única
forma de evoluir na escala social é a roda das encarnações. O caráter sagrado
das castas indianas foi rompido pela pregação de Buda. O Budismo conservou a ideia de reencarnação,
mas ela se torna completamente individual e voltada para a dissolução do eu.
Tal crença difundiu-se por todo Oriente e constitui a grande matriz dos
sistemas religiosos orientais, que possuem um componenente acentuadamente
místico.
O
Judaísmo Antigo =>
O
grande processo de desencantamento religioso do mundo, ou seja, a
eliminação da magia como meio de salvação, tem aqui o seu ponto de partida. O
judaísmo é uma religião pária, ou seja, há um
vínculo exclusivo entre o povo eleito e seu Deus Javé, isolando a religião
judaica do contexto social mais amplo. A elaboração de uma lei sacerdotal,
sistematizada pelos levitase a pregação dos profetas, exigindo o
cumprimento das normas, abriu caminho para uma religião de caráter prático e
ético, expurgando o papel das crenças mágicas no sistema religioso. O judaísmo
foi a fonte do racionalismo prático da dominação do mundo que permeia o mundo
ocidental e suas diferentes instituições sociais.
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